Eles foram os primeiros a sair, e, após ficar um tempo de cabeça baixa olhando pensativamente para o celular, Atobe acenou para Oshitari Yuushi, que estava ao seu lado, para segui-lo, antes de sair pelo portão da escola Rikkai.
O telefonema que Atobe acabara de fazer era para mobilizar seus contatos e recursos financeiros, a fim de conseguir gravações dos jogos da equipe Shishigaku deste ano.
Embora o tempo fosse curto, a equipe Hyotei precisava desesperadamente dessas informações cruciais, já que isso estava diretamente relacionado à sua classificação.
Atobe não queria, de forma alguma, que seu time fosse eliminado novamente na segunda rodada do torneio nacional.
Capítulo 90: A abertura do Torneio Nacional e os primeiros resultados
No dia 17 de agosto, o Torneio Nacional de Tênis começou.
Este ano, o evento foi realizado mais uma vez na região de Kansai.
Na verdade, seguindo a tradição, o torneio deste ano deveria ter sido sediado na região de Kanto. No entanto, ninguém esperava que, no ano anterior, a Rikkai Dai Fuzoku fosse arrasar a competição e levar o título de campeã nacional.
Porém, os organizadores já haviam elaborado um plano de compensação: independentemente de qual região vencesse este ano, a sede do próximo ano seria em Kanto.
A equipe da Rikkai havia partido no dia anterior, chegando ao local do torneio em Kansai na manhã do dia 17, antes da cerimônia de abertura.
As outras escolas que haviam encontrado dias antes também começaram a chegar com suas equipes, aguardando o fim da abertura para disputar suas primeiras partidas.
– Ei, Sanada, qual o plano depois da abertura? – Perguntou Yuki Shin'ya, olhando ao redor com desinteresse.
Ele fez essa pergunta porque, no primeiro dia de competição, a Rikkai – assim como as outras sete equipes cabeças de chave – não teria partidas.
Em teoria, bastaria comparecer à abertura antes de voltar para o alojamento e descansar.
Mas, já que estavam lá, dificilmente iriam embora sem aproveitar.
– Nada planejado. Yanagi disse que vai assistir a alguns jogos para atualizar seus dados e informações.
– Quanto aos outros, cada um deve ter seus próprios planos.
De fato, Sanada Genichirou também não tinha nenhum plano específico para o dia. Ele pretendia assistir a algumas partidas antes de encontrar uma quadra vazia para treinos leves e manter o ritmo.
– Então é isso… Nesse caso, vou dar uma volta sozinho. – Yuki acenou levemente.
– Ah! Yuki, pra qual jogo você vai? Eu e o Kikumaru vamos junto!
De repente, Marui Bunta apareceu atrás dele, com Kikumaru Eiji ao lado, com uma expressão confusa.
Era a primeira vez que Kikumaru participava do Torneio Nacional, então ele não fazia ideia do que fazer e decidiu simplesmente seguir Marui, com quem tinha uma boa relação.
– Sem problemas. Vamos juntos. – Yuki respondeu com um sorriso.
– Vocês vão. Eu vou voltar pro alojamento dormir. Almoço mais tarde.
Já Ooishi Kuranosuke não demonstrou interesse em assistir aos jogos das outras escolas e, mesmo sendo plena luz do dia, bocejou, pronto para uma soneca.
– Hã? Mas eu achei que o senhor era de Kansai, Ooishi-senpai. Não vai aproveitar pra visitar velhos amigos? – Kikumaru perguntou, confuso.
– O que eu tenho pra conversar com esses caras? Já nos vimos no início das férias de verão. Não preciso repetir isso.
Ooishi fez uma careta de tédio. Afinal, ele já tinha encontrado os antigos companheiros quando voltou para sua cidade natal no começo do recesso.
Trinta minutos depois, a cerimônia de abertura terminou. Sob a orientação da organização, as equipes que teriam jogos no dia foram direcionadas às suas respectivas quadras.
Quem não tinha partidas, por sua vez, se disperseou.
A equipe da Hyotei deixou o local rapidamente, entrando em um luxuoso ônibus privado.
Ooishi também se despediu do grupo e foi embora a pé.
– Vamos lá, primeiro vamos dar uma olhada nas quadras da Zona B. – Yuki disse a Marui e Kikumaru.
Os dois concordaram e caminharam ao lado dele rumo ao local indicado.
Sanada observou os três indo embora, hesitou por um momento e então olhou para a placa que apontava para a Zona D.
Depois de um tempo, parecendo tomar uma decisão, ele pegou sua bolsa de tênis e seguiu sozinho naquela direção.
Enquanto isso, Niou e os outros foram com Yanagi Renji.
...
Os jogos do primeiro dia, embora não tenham sido dos mais renhidos, ainda assim foram de alto nível, já que todas as equipes estavam classificadas para a fase final.
Muitas partidas tiveram seus resultados definidos apenas no quinto set, com diversos placares de 3 a 2.
Isso incluiu as duas escolas semifinalistas de Kanto: a Rokkaku Chuu e a Seigaku.
A Rokkaku enfrentou no primeiro round a representante de Hokkaido, a Tsubakigawa Academy.
Uma participante frequente do Torneio Nacional, com um nível parecido ao da Rokkaku. O duelo foi acirrado, decidido apenas no quinto set, quando a Rokkaku fechou o jogo no single 1, garantindo a vitória e avançando para a próxima fase.
Já a Seigaku não teve sorte muito diferente.
Assim como na primeira rodada do Torneio de Kanto, a equipe começou com duas vitórias e uma derrota nas três primeiras partidas, mas caiu feio na dupla 1, permitindo que o adversário empatasse em 2 a 2.
No fim, foi Tezuka Kunimitsu quem garantiu a vitória no single 1, com um convincente 6 a 1, classificando a Seigaku por pouco.
Mas a vitória não trouxe grande alegria à equipe, pois a primeira rodada já deixou claro que a pressão aqui era muito maior do que no torneio regional.
Afinal, a Seigaku havia evoluído bastante no último mês e estava muito mais forte do que antes.
Mesmo assim, um time fraco — que nunca havia passado das oitavas de final no Nacional — conseguiu empurrá-los ao limite.
E o próximo adversário da Seigaku seria justamente a campeã de Kansai e semifinalista do ano anterior: a Shitenhouji.
A derrota do time da Escola Seigaku, que ainda pretendia brilhar no campeonato nacional, causou um grande impacto no moral de todos.
Fez com que enxergassem a crueldade da competição no cenário nacional — sem habilidade absoluta, qualquer posição dependia do humor das equipes mais fortes.
No primeiro dia de jogos, das 24 equipes, apenas 16 permaneceram. Algumas já estavam eliminadas antes mesmo de aquecerem direito, prontas para voltar para casa.
Mas essas escolas nem precisavam se sentir tão mal, porque no segundo dia, mais oito seriam derrotadas.
O confronto mais aguardado do dia era entre a Academia Hyotei, que teve um bye na primeira rodada, e a Escola Shishigaku, também poupada no início.
O jogo foi marcado para a manhã por questões de horário, enquanto a partida da Rikkai aconteceria à tarde — o que permitiu que Yukimura e seu time assistissem à disputa.
A segunda rodada também era uma melhor de cinco partidas. Mesmo para as equipes que descansaram na primeira fase, essa ainda era considerada a primeira rodada, então todas as cinco disputas seriam realizadas.
Mas isso era um problema para os times que já haviam vencido na primeira fase — enquanto as equipes mais fortes só precisavam de uma vitória em uma série de cinco, os outros times precisavam vencer duas vezes para avançar às quartas de final.
De qualquer forma, essa partida era especial, já que ambas as equipes estavam descansadas após não jogarem no primeiro dia, prometendo um confronto eletrizante.
[Observação do autor: No segundo ano do torneio nacional, a ordem das partidas era duplas-simples-duplas-simples-simples, mas para evitar confusão, vamos seguir o formato do terceiro ano: simples-duplas-simples-duplas-simples.]
Capítulo 91: Hyotei Eliminada — O Inesperado Interesse do Velho de Rokkaku
Sob os olhares atentos da plateia e dos outros competidores, o confronto entre Hyotei e Shishigaku começou.
Não se sabia se Atobe Keigo havia usado seu "poder do dinheiro", mas, do nada, o grupo de mais de cem torcedores de Hyotei — que não estavam lá no dia anterior — reapareceu nas arquibancadas, gritando em uníssono:
— "Hyotei vai vencer!"
Foi um verdadeiro choque para as equipes de outras regiões, que nunca tinham visto um apoio tão massivo.
Logo após o apito do juiz, os times se alinharam e retornaram às suas zonas.
Minutos depois, começou o terceiro simples. Hyotei enviou Kabaji Munehiro, enquanto Shishigaku colocou em campo um veterano do terceiro ano.
A partida foi acirrada, com o placar chegando a 4 a 4. Então, para surpresa de todos, Kabaji revelou seu talento de imitação, copiando perfeitamente o golpe especial do adversário e quebrando seu ritmo.
Primeiro jogo: Hyotei venceu por 7 a 5.
Quando Atobe e os outros acharam que iriam continuar com o embalo, a realidade os surpreendeu.
Na segunda dupla, Oshitari Yuushi e Mukahi Gakuto foram derrotados rapidamente — a partida terminou em menos de meia hora, com um placar arrasador de 6 a 2.
Gakuto, um calouro, falhou várias vezes em seu poderoso saque, parecendo incapaz de lidar com a pressão do nível nacional. Yuushi também não se destacou e ficou completamente perdido contra a dupla desconhecida de Shishigaku.
Segundo jogo: Shishigaku vence por 6 a 2.
No terceiro jogo, o segundo simples, Hyotei enviou Akutagawa Jirou, enquanto Shishigaku surpreendeu ao colocar um dos "Duplos Ases de Kyushu" — Senri Chitose.
Era esperado um embate equilibrado, já que ambos eram os segundos melhores de suas equipes.
Mas, mais uma vez, Hyotei foi derrotado — e dessa vez, ainda mais rápido.
Em menos de vinte minutos, Jirou estava ofegante, encharcado de suor, enquanto Chitose nem parecia cansado, como se não tivesse se esforçado.
Terceiro jogo: Shishigaku vence por 6 a 0. Placar total: 2 a 1.
Na quarta partida, a primeira dupla, Hyotei mandou sua combinação mais forte: Oshitari Yuushi e Shishido Ryou.
A equipe estava confiante de que conseguiriam igualar o placar e levar a disputa até o quinto jogo, onde Atobe garantiria a vitória.
Mas, inesperadamente, quando a dupla de Shishigaku entrou em quadra, o estádio inteiro ficou em choque.
Um dos jogadores tinha cabelos ruivos esvoaçantes, como uma juba de leão.
Era o outro Ás de Kyushu — Kippei Tachibana.
Ao vê-lo, os rostos dos jogadores de Hyotei endureceram. Eles haviam sido enganados.
Sem surpresas, mesmo com a resistência de Yuushi e Ryou, a dupla não teve chance contra o estilo agressivo de Tachibana.
Quarto jogo: Shishigaku vence por 6 a 2. Placar total: 3 a 1.
O resultado já estava decidido. Mesmo que o quinto jogo fosse disputado, não faria diferença.
No final, Atobe entrou em quadra com o rosto gelado e venceu por 6 a 0, mas já era tarde demais.
Resultado final: Shishigaku 3 x 2 Hyotei.
O time imperial caíra nos dezesseis avos de final.
A torcida barulhenta de Hyotei ficou em silêncio, e vários jogadores fecharam os olhos ou baixaram a cabeça, devastados.
——
Hyotei perdeu de manhã. E, ao meio-dia, já haviam saído do estádio — nem esperaram para almoçar.
À tarde, seria a vez de Rikkai, enfrentando a Escola Rokkaku, que havia vencido a primeira fase.
Ambas eram de Kanto, mas raramente se enfrentavam — especialmente no cenário nacional, em que essa seria a primeira vez.
Antes da partida, o clima no time de Rokkaku era pesado. Eles sabiam melhor do que ninguém que não tinham chance.
— Velho… você mesmo assim não conseguiu pensar em nada? — Saeki Kojirou se abaixou, olhando esperançoso para o treinador, um senhor idoso sentado calmamente no banco, segurando uma xícara de chá.
— Saeki… mesmo que eu tivesse, vocês não conseguiriam executar. — O velho tomou um gole, impassível.
Ele já tinha deixado tudo bem claro, faltando só pintar as palavras "diferença de nível é enorme" na própria camisa para aquela garotada entender.
— Tá bom, Saeki, não tem como ganhar mesmo. Para de encher o saco do véio — disse Amene Hikaru, batendo nas costas de Saeki Kojirō com um tom artificialmente descontraído.
A sorte não tinha ajudado — pegar o time de Rikkai no segundo round era osso. Contra qualquer outro colégio, eles ainda teriam coragem de lutar até o fim.
Mas era o Rikkai, porra! O mesmo time que tinha acabado com eles no campeonato de Kantō no ano passado. E esse ano então? O Hyōtei que tinha vencido eles nas semifinais levou um pau de sete a zero na final. A diferença era tão gritante que só de pensar já dava desânimo.
Enquanto o pessoal do Rokkaku discutia em voz baixa, tentando achar uma solução, o velho técnico no banco de repente abriu os olhos.
Aqueles olhos embaçados brilharam de súbito, fixos na figura de Yūki Mayono no meio do time do Rikkai.
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