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Tradução pronta Cyber: 3 I am a bit stronger than my body / Cyber: 3 inteligência, meu corpo é um pouco mais forte: Capítulo 1

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# **Capítulo 1: Diga Meu Nome**

O garoto deu um chute numa lata amassada que estava na entrada, enfiou as mãos nos bolsos e caminhou com a cabeça baixa, enquanto ouvidos captavam os murmúrios dos bêbados caídos pelo corredor.

— Ahn… eu quero mais…

— *Blargh*—

— Filho da puta, Stanlei! Cala a porra da boca! Não quero saber dessa merda de loteria da morte!

— Dói… dói demais, Corésia. Por que você me deixou?…

O garoto de quinze anos ignorou tudo sem se incomodar. Já estava acostumado.

Nascido e crescido nessa cidade, no inferno que era Santo Domingo, mesmo protegido pela mãe, algumas coisas eram inevitáveis. E ela nem sempre poderia—ou queria—impedi-las.

Pelo menos ela nunca tinha deixado ele pegar numa arma…

Santo Domingo era um lugar onde sonhadores chegavam cheios de esperança, se espremendo em cubículos mínimos, achando que o amanhã seria melhor. Mas não demorava muito para a cidade abrir os olhos desses trouxas.

Era um lugar cruel, sem espaço para inocência. Ou você se adaptava, ou se lascava. Ou então… sobrevivia na mediocridade.

Um zé-ninguém da periferia virando uma engrenagem da cidade? Piada pronta. Aquela máquina funcionaria mesmo sem você.

— E eu? Vou virar um funcionário de corporação mesmo?…

Soltando uma risada amarga, o garoto pisou na frente do sensor, e a porta automática enferrujada se abriu com um *click*.

A luz LED não iluminava direito. Ao acender o teto, David viu a sala bagunçada: roupas jogadas no sofá, incluindo um sutiã feminino simples, garrafas vazias e bitucas de cigarro mergulhadas no fundo de uma delas. O cheiro de nicotina velha impregnava o ar.

— *Tsc*!

— O Laranja esteve aqui de novo, né, mãe? Já falei mil vezes—se eu encontrar aquele otário aqui em casa de novo, vou arrebentar ele até a mãe não reconhecer! Você não avisou ele? Como ele ainda tem coragem de aparecer?

Virando-se para o quarto, David tirou o casaco com um gesto brusco, a raiva estampada no rosto.

Ninguém em casa fumava. Afinal, era 2076, porra. Quem ainda fumava cigarro de verdade?

— Êh… David, você chegou? — A voz de Glória veio do quarto enquanto ela saía, esfregando os olhos. Seus ombros brancos tinham marcas vermelhas.

David revirou os olhos.

— Tá vendo? Ele esteve aqui. De novo. — Virou-se para sair.

Ia atrás do sujeito. O cara vivia na Zona do Esgoto, administrando uma "clínica" particular que ninguém frequentava.

Clínica… ha! Como se aquele merda soubesse cuidar de alguém.

Glória correu atrás.

— Êi!

David parou e virou com um olhar fulminante.

— É… — Ela deu uma risada sem graça, puxando o decote da blusa. — A gente não fez nada, ele só veio me visitar. Não ficou muito tempo, foi embora logo.

— Ah, claro. Primeiro esconde aquela marca no pescoço antes de falar que não fizeram nada! — David encarou a mãe, irritado.

Glória rapidamente puxou a gola da blusa para cima, tapando o "chupão" perto do conector de chip no pescoço. Chegou perto dele e disse:

— David, você deveria ter um pouco mais de respeito por ele. Ele te viu crescer. Sempre me ajudou.

— Respeito? Por ele? — Agarrou uma garrafa pela metade ainda com álcool e tomou um gole, tossindo ao engolir. — Mãe, o cara é um vagabundo!

David olhou para Glória, frustrado.

— Eu não me importo se você arrumar um namorado, tá? Eu já sou crescido. Mas, pelo amor de Deus, arruma alguém com um trabalho decente. No mínimo… qualquer coisa. Mas não esse aí.

— David, você não conhece ele. — Glória balançou a cabeça, cansada.

Nem sempre tinha sido assim. Quando David era menor, os dois se davam bem. Mas, com o tempo, a relação tinha se desgastado.

Era um problema sem solução fácil.

— Ele te deu dinheiro? — David soltou de repente.

— O quê?

Glória ficou paralisada por um segundo. Seus olhos se encheram de lágrimas.

— David Martinéz, nossa relação não é essa merda que você tá imaginando. Como pode pensar uma coisa dessas?

— Eu preferia que fosse. Pelo menos ele pagaria alguma coisa. Em vez de aparecer aqui sem um tostão, encostado, ficando dias nas suas custas.

— David! Eu trabalho feito uma condenada para te sustentar, para você estudar, e você me fala uma—

Glória começou a chorar.

Ao ver a mãe assim, David se levantou rápido, esfregando a nuca, sem jeito.

— Tá bom, tá bom, mãe. Foi mal, eu exagerei. Desculpa. Não devia ter falado essas coisas.

— Claro que sua relação com o tio Laranja é pura, a mais pura. Para de chorar, por favor.

David ficou na frente dela, desesperado para consertar a situação.

— Você... — Glória olhou para Davi, curvado e cabisbaixo, mordendo os lábios para conter as lágrimas.

— Some para o seu quarto! — Ela apontou para a porta, voz embargada de raiva.

— Sim, sim, já vou. Quer dizer, já me arrumo daqui — respondeu Davi, esfregando a cabeça, agarrando as roupas sobre a mesa e escapulindo para o quarto.

Ao fechar a porta, Davi se jogou na cama e suspirou pesadamente, lembrando da expressão da mãe momentos antes.

[Porra...]

— Não tenho direito de me meter na vida da mamãe. Pelo menos, não agora.

Ele sabia bem o quanto Glória se desgastava. Trabalhava dezesseis horas por dia, usando estimulantes como se fossem balinhas. Todo o dinheiro era para sua educação, por isso ela não tinha sequer um implante cibernético para aliviar a carga no corpo. A exaustão da mãe era visível.

Bastava vê-la desabar no sofá e pegar no sono instantaneamente.

Pensando nisso — e no que havia dito a ela — Davi teve vontade de se socar.

[Que merda eu falei?]

Mas então balançou a cabeça e murmurou:

— Mas... mas eu simplesmente não consigo gostar daquele cara.

Com um gesto brusco, colocou o headset caseiro e pegou um chip perto da cama. Como a mãe raramente tinha dias de descanso, decidiu ver um sonho virtual menos agitado. Pelo menos assim não a acordaria com gritos.

Enquanto Davi mergulhava no entretenimento digital, Glória atendeu uma chamada.

— Alô? — Uma voz descontraída ecoou do outro lado.

— O que significa esse dinheiro que você me mandou? — ela rosnou. — E de onde você tirou tanto assim?

— Ué, agora eu tô errado por te dar grana? — A voz pareceu genuinamente surpresa, depois afetada por um riso perplexo.

— Você aparece aqui, a gente fica junto, e depois me joga dinheiro? Lin Wen, me toma por quê? Por vendedora de prazer? Se fosse só por isso, podia ter ido atrás de acompanhantes profissionais, não de mim!

Glória cerrava os dentes. Em outro momento, teria beijado seu rosto e comemorado a quantia — daria para mobiliar a casa, comprar equipamentos melhores para Davi, alguns chips decentes...

Mas.

Mas ela tinha acabado de brigar com o filho.

E agora aquilo parecia só confirmar as palavras duras do garoto.

[Por que justo hoje?]

— Tá maluca, mulher?

Numa área pobre de Santo Domingo — ou, digamos, numa favela "menos pior" —, um homem de cabelos negros até os ombros balançava a cadeira em um consultório marcado como "Médico Sem Rosto". Seus pés estavam sobre a mesa, e seu rosto naturalmente bonito exibia um sorriso divertido.

— Glória, engoliu pólvora? Consegui um bom negócio, trouxe um extra pra você, e me recebe assim?

— Eu... só tô preocupada com a origem desse dinheiro — a voz dela baixou um tom.

— Pode ficar sossegada, foi tudo limpo. Sou um inútil, como o Davi mesmo diz. Não tenho coragem para coisa ilegal — Lin Wen riu.

— Você não é inútil — ela retrucou imediatamente.

Ele sorriu. Então, com um movimento discreto do pulso, uma lança negra deslizou de sua manga, apontando para um homem ajoelhado sob a mesa.

— Glória, usa esse dinheiro para comprar uns equipamentos melhores para o Davi. Ouvi dizer que ele sofre bullying na escola por causa do hardware velho. A Academia Arasaka é cheia de riquinhos... Ele chega em casa estressado e desconta em você. Próxima vez que for aí, não quero ser expulso de novo. Bem, nunca conseguem mesmo.

— É verdade, mas Lin Wen... É dinheiro demais.

— Devolve metade, então. Sem cerimônias, metade já resolveria muitas coisas. E meu salário tá pra cair...

— Cerimônia comigo? — ele cortou, voz suave. — Glória, eu devo minha vida a você. Se não fosse por ter me encontrado na rua naquele dia, eu estaria morto.

— São coisas diferentes.

— São a mesma coisa, querida. Entre nós, precisa de explicação? — O tom brincalhão não escondia a afeição nos olhos. — Bom, vou desligar. Ainda tenho assunto pra resolver.

— Espe— Glória não terminou. A chamada caiu.

Os pés de Lin Wen deixaram a mesa. No mesmo instante:

— AAAAHHHH!!!

Um grito agonizante. Dentes quebraram contra o chão, salpicando sangue. O homem sob a mesa teve o rosto esmagado contra o piso — se não fosse pelo revestimento metálico no crânio, teria morrido ali.

— P-por favor... me deixa... — O sujeito, corpulento como um urso, encolheu-se como um frango assustado.

— *Phpht* — O som veio acompanhado de outro urro de dor. A lança negra cravou-se em suas costas.

Lin Wen observou o homem se contorcer, um sorriso falso nos lábios.

— Quem te mandou?

Ao puxar a lança, um pedaço de pulmão sintético saiu junto. Ele sacudiu a arma com desdém, deixando o órgão cair com um *tlim* metálico. Mas, pensando melhor, usou a ponta para puxá-lo de volta.

A lança se transformou, alongando-se, a ponta virando um gancho que fisgou o fragmento de pulmão.

— Essa porcaria de pulmão artificial já tá todo estragado, mas ainda vale uma grana preta, hein.

[O personagem examina os restos do implante destruído, resmungando entre dentes enquanto avalia quanto poderá ganhar com a sucata biotecnológica.]

http://portnovel.com/book/49/11310

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