[Habilidade: Multitarefa (nível máximo), Superpoder (nível 3)]
[Vínculos: Plantinhas (branco), Gênios Estrategistas (azul), Guardiões (azul), Três Grandes (azul)]
[Mochila: Pacote de Iniciante ×1]
[Missão: Nenhuma no momento]
Ao olhar seu painel, Ange não sabia se deveria respirar aliviado ou ficar mais tenso. Finalmente havia alcançado o nível 10 e podia assumir uma nova profissão secundária. O sistema facilitava essa mudança, mas sua identidade atual, que tantas vantagens lhe trouxera, agora se tornava um obstáculo para se tornar um Treinador.
— Algo na mente? — perguntou Carina, interrompendo sua conversa animada com Serena ao notar a expressão pensativa de Ange.
Ele sorriu, escondendo a preocupação:
— Nada demais, só estou indeciso sobre como resolver certa situação.
Serena observou o rapaz alto, de sorriso caloroso e aura confiável. Havia algo nele que a fazia querer conhecer sua história. Enquanto a menina apenas curiosava, Carina, com sua experiência, percebeu o dilema.
— Sabe, quando ficamos presos em dúvidas, às vezes a solução mais radical é justamente a certa — sugeriu a campeã, com um sorriso que refletia suas próprias escolhas passadas.
Ange recordou-se da trajetória pública de Carina — entre o estrelato e os Pokémon, ela encontrara seu caminho. Seus olhos iluminaram-se com compreensão.
— Talvez seja diferente, mas agradeço pelo conselho — respondeu, com a sinceridade de um discípulo.
Carina acenou, satisfeita:
— O importante é você ter clareza.
Serena, embora confusa, guardou cada palavra daquela troca entre pessoas que admirava.
— Minha casa é ali! — anunciou a garota, apontando para uma residência à beira da vila, suas janelas ainda iluminadas na madrugada.
Ange ajeitou os cabelos castanhos de Serena, nostálgico:
— Vá em frente, então.
Carina ergueu uma sobrancelha:
— Não vai acompanhá-la?
— Não — ele esticou as costas, decidido. — Suas palavras foram um choque de lucidez. Preciso resolver minhas pendências primeiro.
Ao ver a determinação no olhar dele, Carina concordou:
— Eu levo a Serena. — Inclinando-se, perguntou à menina: — Posso ficar na sua casa hoje? Estou sem lugar para dormir.
— Claro! — Serena saltou de animação. — Quero ouvir mais histórias suas!
— Combinado! — riu Carina, afagando a cabeça da garota antes de virar-se para Ange. — Vá. Deixe o resto comigo.
Ele acenou, breve:
— Até logo.
Com um gesto do *Capture Styler*, o Talonflame que o acompanhava aproximou-se. Ange montou em suas costas, e a ave, carregando os caçadores presos pelas cordas, levantou voo rumo ao leste.
Carina observou sua partida, imóvel.
— O que foi, Carina? — Serena puxou sua manga.
Ela voltou a si, sorrindo:
— Nada... só uma sensação de que nos reencontraremos.
......
O sol despontava entre as montanhas quando o Talonflame pousou no complexo florestal. Mal tocou o chão, uma jovem de uniforme e cabelos negros correu até Ange.
— Irmão!
— O que houve, Koko? — ele entregou os prisioneiros à equipe de apoio e recompensou o Talonflame com *Pokéblocks*.
— Pode ficar com o resto. Obrigado pela ajuda.
— Talon! — a ave esfregou o rosto nele antes de partir.
Koko, impaciente, explicou:
— Chegou um enviado de Oblivia! Trouxeram uma pesquisa nova... algo sobre invocar Pokémon!
Na mente de Ange, surgiu a imagem: o *Ranger Sign*. Um dispositivo para chamar Pokémon, limitado, mas que, combinado com um parceiro, revolucionaria o trabalho de um Guardião.
*Mas...*
[Formatação estrita com travessões conforme solicitado, sem comentários adicionais]
Capítulo 5 – Uau! Lenda Dourada!
Devido a várias limitações, o Dispositivo de Captura só podia invocar um Pokémon de cada vez, e era um equipamento usado principalmente pelos Guardiões da região de Oblívia. Normalmente, os guardas florestais tradicionais ainda preferiam trabalhar com um Pokémon parceiro.
Ou... como era o costume em algumas regiões, incluindo a deles: capturar Pokémon enquanto atuavam como guardiões.
Esse era o método mais criticado de todos. Até hoje, ninguém ousava discutir abertamente sobre isso.
— Isso não é lá grande coisa — Ange afagou com familiaridade os cabelos da irmã, sem se importar com as tentativas dela de se esquivar.
— Mas com esse aparelho, você não precisaria mais...
Antes que Kong pudesse terminar, Ange colocou um dedo sobre os lábios dela.
— Já decidi o que quero fazer, e ainda não sei até onde posso chegar. Então não tente me impedir agora, ok?
*
— Há quanto tempo, Ange!
— Há quanto tempo, tio.
— Ei, Ange, vai jantar comigo hoje?
— Não vai dar, Miyuki, devo partir ainda de noite.
— Professor Ange, eu recentemente...!
— Depois me conta por e-mail, preciso resolver umas coisas agora.
Ao chegar finalmente diante de uma porta de escritório, Ange apontou para ela, dispersando o grupo entusiasmado. Respirou fundo e entrou.
Num canto do corredor, uma garota de jaleco branco, cabelo azul-claro e óculos vermelhos ajustou as lentes, observando a silhueta desaparecer.
— Aquele é Han Ange? O que dizem ser o próximo Décimo Primeiro Guardião-Chefe?
Ao seu lado, um guarda florestal alto e moreno ergueu o queixo com orgulho:
— Sim, ele é o orgulho dos Guardiões da região de Kalos.
Mas um funcionário mais velho do apoio balançou a cabeça:
— Também é um adolescente problemático.
O moreno lançou um olhar irritado, mas não rebateu. A jovem de cabelo azul, Panima, virou-se curiosamente para o velho:
— Como assim?
— Um guardião que quer capturar Pokémon – isso não caracteriza um problema?
O velho suspirou, como se fosse dizer mais, mas engoliu as palavras. Panima franziu a testa, pensativa, então olhou para o escritório com renovado interesse.
*
A luz do sol da manhã banhava a grande mesa de trabalho através das janelas. Um homem de feições duras – setenta por cento parecido com Ange – estava sentado ali, enquanto um Garchomp repousava num canto. Ao abrir-se a porta, o Pokémon ergueu os olhos e, reconhecendo Ange, escondeu o focinho sob as patas com ar de contrariedade.
— Missão cumprida.
Ange olhou para aquele homem que, mesmo cedinho, já estava imerso em pilhas de documentos.
— Ótimo. Logo você estará pronto para a prova de Guardião-Chefe.
O homem largou a caneta. Seu olhar permaneceu gélido.
— Assim, cumprirá o desejo de sua mãe: tornar-se o maior Guardião Florestal.
Apesar das palavras grandiosas, o tom entre frio e fanático não inspirava admiração. Ao ouvir a menção à mãe, Ange cerrou os punhos.
O silêncio se instalou entre pai e filho, nenhum disposto a ceder.
Finalmente, Han Qiansui começou:
— Há alguma outra...
— Vou me afastar temporariamente da Aliança de Guardiões para me tornar um Treinador.
Ange interrompeu, colocando o chapéu com o emblema dos Guardiões sobre a mesa.
— Não estou discutindo. Só vim avisar.
A expressão de Qiansui não mudou.
— Vai desapontar sua mãe?
Ange hesitou. Depois, franziu o rosto e explodiu em voz baixa:
— É a sua teimosia, a repetição das mesmas tragédias, que a desapontariam!
O quarto e até o corredor fora ficaram em silêncio. Qiansui observou o filho ardendo em fúria, sem responder.
— Nunca consegui convencê-lo. Se pudesse, já teria dado certo.
Ange respirou fundo, forçando a voz a se acalmar.
— E pare de usar as expectativas da mãe contra mim. Se ela vivesse, estaria do meu lado.
— Quanto ao Dispositivo, não tem direito de tomá-lo. Foi um presente do Guardião-Chefe, está fora do seu alcance!
Virou-se e saiu.
Ao cruzar a porta, viu a multidão de conhecidos que se aglomerara. Sob os olhares preocupados, Ange sorriu, leve.
— Obrigado pelo cuidado de todos. Tenho algo a resolver agora.
Inclinando-se respeitosamente, passou pelo corredor que se abria à sua frente.
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