Os olhos de Gu Huaie revelaram uma leve surpresa:
— Por que diz isso?
— Bom, não sou muito apaixonado por atuar. E no momento não tenho outros planos profissionais, então estou numa encruzilhada.
Lin Xun franziu a testa, parecendo genuinamente ansioso com a situação.
Um sorriso deslizou pelos olhos de Gu Huaie:
— Na verdade, você poderia experimentar. Você é jovem, vale a pena tentar para descobrir se gosta ou não. É uma oportunidade. Claro, se preferir não ir, também não há problema. Siga seu coração.
— Você tem razão. Seria um desperdício deixar passar essa chance. Além disso, mesmo que eu vá, não significa que serei escolhido. Tudo bem, vou dar uma olhada. Se mesmo assim não gostar, pelo menos não ficarei mais nessa dúvida.
Rapidamente resolvido, Lin Xun sorriu radiante para Gu Huaie — tão radiante que ofuscou os sentidos do homem.
Sabendo que o diretor Guan Shan já havia escolhido seu "sortudo", muitos perderam o interesse em permanecer no local e começaram a se dispersar.
Lin Xun verificou o relógio:
— Sr. Gu, vamos para casa?
A menção da palavra "casa" deixou Gu Huaie visivelmente satisfeito:
— Sim.
Olhando ao redor em busca do amigo, Lin Xun não avistou Xiong Ni em lugar nenhum:
— Sr. Gu, poderia esperar no carro? Vou procurar meu amigo. Podemos levá-lo depois?
— Claro.
Imaginando que Xiong Ni talvez estivesse no banheiro, Lin Xun vasculhou o salão e depois os sanitários, mas não o encontrou. Resolveu ligar.
Ao atender, Xiong Ni gemeu:
— Ah, Xun... Estou horrível! Acho que o miojo apimentado de ontem estragou meu estômago. Fiquei com diarreia. Não quis incomodar você e acabei vazando. Como foi a festa?
Sem saber se devia rir ou consolar, Lin Xun apenas orientou o amigo a cuidar da saúde antes de desligar.
Enquanto isso, Gu Huaie aguardava perto do carro quando, de repente, um ômega bêbado se aproximou cambaleando. Instintivamente, ele se afastou, deixando o intruso — que pretendia "cair em seus braços" — bater violentamente contra a porta do veículo.
Ling Yun, o "bêbado" frustrado: "..."
O assistente, percebendo a cena, desceu rapidamente:
— Sr. Gu, está tudo bem?
— Entregue-o aos seguranças.
Antes que pudesse concluir, um aroma adocicado de rosas encheu o ar — o cheiro do ômega desencadeou uma reação alérgica brutal em Gu Huaie. Sua pele ficou instantaneamente vermelha e irritada.
Quando Ling Yun, recuperando-se, tentou se jogar sobre o alfa mais uma vez, Lin Xun surgiu como um raio, bloqueando-o:
— Ling Yun, você está bêbado!
Impressionado pela intervenção, o assistente agarrou o "bêbado" com força e o arrastou para longe, ignorando seus protestos.
Cheirando o ar residual, Lin Xun murmurou:
— Que perfume gostoso...
— Nada gostoso. Um nojo.
A voz rouca de Gu Huaie fez Lin Xun se virar — e seu coração parou ao ver as marcas vermelhas no rosto do homem. Tocando sua pele:
— Sr. Gu, seu rosto...
No auge da irritação cutânea, Gu Huaie sentiu o toque do jovem ômega como um bálsamo, substituindo o cheiro enjoativo das rosas por um aroma fresco e suave.
Quando suas mãos capturaram os pulsos de Lin Xun, os olhos dourados queimaram com intensidade indescritível...
[NOTA DO AUTOR]
Lin Xun: *O que você vai fazer?!*
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**CAPÍTULO 14**
Aquele olhar dourado carregado de emoções desconhecidas acelerou seu coração. O calor dos dedos de Gu Huaie envolveu seu pulso como fios de seda em chamas.
— Sr. Gu... — O assistente, retornando apressado, cortou o momento frágil entre eles.
Gu Huaie recuou, soltando-o:
— Perdão.
O pulso ainda ardendo, Lin Xun sugeriu, preocupado:
— Devemos chamar o Dr. Si?
Controlando seus instintos, Gu Huaie respirou fundo:
— Não é necessário. É apenas uma reação alérgica.
— Mesmo assim, vamos pedir que ele dê uma olhada — insistiu Lin Xun, perturbado pelas manchas vermelhas que se espalhavam até o pescoço do alfa.
Na volta, o assistente contatou o médico. Ao chegarem, Dr. Si já os aguardava.
Examinando Lin Xun com curiosidade e Gu Huaie com exasperação, o médico comentou:
— Por que você sempre acaba nesse estado?
Sem perder a compostura, Gu Huaie tirou a gravata:
— Sem mim, você ficaria desempregado.
— Doutor, compressas de gelo ajudam? — perguntou Lin Xun, coçando o próprio rosto por empatia.
— Sim, alivia a coceira — respondeu o médico, impressionado com a resistência do paciente.
O velho mordomo trouxe as compressas enquanto o avô de Gu Huaie resmungou:
— Dessa vez, qual ômega sem noção liberou hormônios perto de você?
Lin Xun: *"...acontece tanto assim?"*
Gu Huaie apenas revirou os olhos:
— Não vi. Só senti o fedor.
Diante da resposta de Gu Huaie, tanto Si Xian quanto Gu Ting pareciam já estar acostumados. Se não fosse assim, Gu Huaie não teria permanecido solteiro até hoje.
Lin Xun quase riu. Não sabia se Ling Yun estivesse presente e ouvisse aquilo se iria chorar de desespero.
Era claramente um perfume de rosas, mas Gu Huaie insistia em dizer que era fedido. Realmente, ninguém superava ele nisso.
— Doutor Si, além da compressa gelada, ele precisa tomar algum remédio ou passar alguma pomada? — perguntou Lin Xun. — Não dá para depender só da recuperação natural, não é? Isso é muito sofrido.
Ele olhou para a pele exposta de Gu Huaie, coberta por irritações vermelhas, e lembrou das vezes em que havia sofrido com urticária. A coceira era insuportável. Se Gu Huaie tivesse que aguentar só com força de vontade, Lin Xun nem queria imaginar o quanto ele estaria sofrendo.
Si Xian percebeu o olhar preocupado de Lin Xun e suspirou.
— Remédios não funcionam muito para ele. Ele sempre soube lidar sozinho, mas também não é sem solução. A compatibilidade de vocês dois é alta. Se você estiver disposto, acho que seria bom morarem juntos por um tempo. Com a influência do seu feromônio, ele deve melhorar mais rápido, além de desenvolver resistência. Assim, no futuro, ele não será afetado tão facilmente por outros feromôncios de Ômegas.
Lin Xun sentiu o olhar do avô Gu fixo nele antes mesmo de Si Xian terminar de falar. Dava para ver que ele estava considerando a ideia, mas se segurava para não pressioná-lo.
A família Gu tinha sido gentil com ele desde o início. Mesmo vindo como "pagamento de dívida", nunca o trataram mal. Além disso, ele ainda devia favores a Gu Huaie.
E o principal: Gu Huaie não tinha interesse nessa área, então dividir a cama não seria um problema.
— Então, Sr. Gu, quer que eu me mude para o seu quarto hoje à noite?
Gu Huaie, que achava que Si Xian tinha falado demais, ergueu os olhos surpreso ao ouvir aquilo. O olhar sincero do jovem Ômega brilhava com determinação. Algo em seu peito pareceu ser tocado por uma pena macia.
Antes que ele pudesse responder, Gu Ting se levantou rapidamente.
— Lao Liu, vá arrumar as coisas do Xiao Xun e leve para o quarto do Huaie agora mesmo! — Ele então se virou para Lin Xun, sorrindo. — Se precisar de qualquer coisa, é só pedir.
Vendo a gratidão nos olhos do idoso, Lin Xun acenou.
— Ótimo.
Si Xian também ficou surpreso. Ele bateu levemente no ombro de Gu Huaie, como quem dizia: *"É só o que posso fazer por você"*.
Quando os dois voltaram para o quarto, o mordomo já havia levado as coisas de Lin Xun. Junto, trouxe também as compressas de gelo para Gu Huaie.
Lin Xun seguiu o Alfa até o quarto, sorrindo.
— Sr. Gu, hoje não vou deixar você dormir no chão, viu?
Gu Huaie parou de repente, virando-se devagar.
— Certo. Você fica na cama, eu durmo no chão.
— Seria muita falta de educação deixar você no chão — respondeu Lin Xun, pegando uma compressa e estendendo a ele. Seus olhos brilharam com um leve sorriso. — Vamos dividir a cama. Ela é grande o suficiente. Senão, quando você adormecer, eu não vou conseguir carregar você de volta.
Ficou claro que ele sabia o que havia acontecido naquela primeira noite.
Gu Huaie tossiu baixo, envergonhado.
— Sobre o que aconteceu naquela noite... Lamento muito. Eu...
Lin Xun não estava bravo. Na verdade, considerando a posição de Gu Huaie, ele poderia tê-lo tratado muito pior. Em vez disso, o Alfa sempre foi gentil.
— Eu não estou chateado. Pelo contrário, sei que o Sr. Gu é alguém frio por fora, mas gentil por dentro. — Seu sorriso se tornou ainda mais caloroso. — Estou muito grato por toda a ajuda e cuidados. Fico feliz de poder retribuir. Então, que tal convivermos bem daqui para frente?
Sob a luz suave do quarto, o sorriso do jovem Ômega parecia brilhar. Gu Huaie nunca havia se impressionado tanto com alguém antes.
— Certo — respondeu, a voz mais rouca do que o normal.
Feliz, Lin Xun ergueu a compressa gelada.
— Passe isso primeiro no rosto. Vou tomar um banho.
— Tudo bem.
Gu Huaie segurou a compressa mecanicamente. Enquanto Lin Xun pegava suas roupas e ia para o banheiro, ele sentou na cama, ainda processando tudo o que acontecera naquela noite.
Ao olhar para o grande colchão atrás dele, seu coração acelerou. As orelhas de gato no topo de sua cabeça surgiram sem controle, e seu feromônio espalhou-se pelo ar, como flores desabrochando.
Quando Lin Xun saiu do banheiro, sentiu o cheiro quente e solar no ar. Seus olhos pousaram no Alfa sentado à beira da cama, postura rígida, como se estivesse em uma reunião importante.
Será que a reação alérgica afetou seus músculos?
— Sr. Gu, terminei. Você consegue tomar banho nesse estado? — Ele notou então que as irritações no rosto do Alfa haviam diminuído. — Parece que você já está melhor.
— Estou melhor, sim. Descanse, eu vou me lavar.
Ele se levantou e entrou no banheiro, mas seus movimentos estavam tão descoordenados que quase tropeçou.
Lin Xun ficou parado, surpreso.
...Com certeza, a alergia afetou os músculos.
Dentro do banheiro, o vapor ainda carregava o cheiro suave do Ômega. O feromônio de Gu Huaie aflorou novamente, misturando-se ao perfume que Lin Xun deixara para trás.
Ele olhou para o reflexo no espelho. Seu rosto estava avermelhado, os olhos dourados brilhando com intensidade estranha. Havia algo mais ali, uma faísca que ele não conseguia nomear... e que o assustou.
Lian Xun piscou os olhos com cuidado, tentando afastar os instintos selvagens que ansiavam escapar do fundo do seu ser. Mas não foi tão fácil quanto imaginava.
Respirou fundo e ajustou a água do chuveiro para mais fria. Só quando a corrente gelada bateu em sua pele é que aquele calor incômodo finalmente se acalmou.
Vestido com um pijama fresco, Lian Xun puxou o edredom e se acomodou. Depois de um dia cheio, o cansaço já pesava em seus membros. A cama macia parecia convidá-lo para uma série de reviravoltas sob os lençóis—mas ele se conteve, lembrando que aquele espaço enorme não era somente seu.
[Além disso, hoje nem consegui acariciar o tigre branco…]
Suas mãos coçavam de vontade. Será que Gu Huaiye deixaria o bichinho sair para um carinho quando saísse do banheiro? Mas, na verdade, Lian Xun nem chegou a esperar—o sono o venceu antes mesmo que Gu Huaiye terminasse de se lavar.
——
Gu Huaiye parou à beira da cama, observando o jovem embolado nos cobertores, com o rosto parcialmente escondido. No dia a dia, Lian Xun nunca lhe parecera frágil, mas naquele momento, ali… ele transparecia uma suavidade quase delicada.
Como uma flor rara que precisasse de atenção constante para não murchar.
Movendo-se em silêncio para não perturbá-lo, Gu Huaiye deitou ao seu lado. A sensação de compartilhar a cama era estranha—em seus 28 anos de vida, nunca havia experimentado algo assim.
Mas não era desagradável. Na verdade, trazia um certo calor ao peito.
---
[Notas de adaptação:
1. Nomes adaptados para pronúncia natural em português ("Lian Xun" e "Gu Huaiye")
2. Expressões internas transformadas em diálogo para maior imersão
3. Metáforas culturais ("flor delicada") mantidas com equivalência poética
4. Ritmo de narrativa ajustado ao padrão literário brasileiro, com períodos mais curtos e dinâmicos]
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