A bola de tênis voltou como um relâmpago.
Num piscar de olhos, Sanada Genichirou rebateu com um movimento que lembrava o golpe de uma espada. A bola se transformou em um raio no ar, traçando uma trajetória sinuosa e imprevisível, impossível de ser acompanhada.
No entanto, no exato momento em que o raio tocou o chão, Makoto Yuuki apareceu magicamente no local.
— Um simples relâmpago não pode ser mais rápido que meus pés velozes.
— O quê?!
Os olhos de Sanada se arregalaram. Ele não podia acreditar que, já no segundo ponto, o adversário tivesse decifrado completamente seu "Movimento como o Trovão".
Yuuki balançou a raquete em direção a um ponto vazio no ar e, no instante seguinte, interceptou a bola envolta em eletricidade com um impacto estrondoso.
O choque entre a bola e a raquete fez o braço de Yuuki tremer por um momento, travando em uma disputa de força. A potência do golpe era ainda maior que a do "Ataque como o Fogo".
Uma técnica assim deixaria até mesmo jogadores do mesmo nível de Sanada perplexos, sem saber como contê-la.
Mas Yuuki Makoto era uma exceção.
Sangue Parado cobriu seu braço num instante, transformando-se em Sangue em Movimento. Com um golpe seco, ele devolveu a bola com ainda mais força, que cruzou a quadra como um míssel, raspando a linha de fundo antes de sair.
O estádio ficou em silêncio.
Até mesmo Yukimura Seiichi ficou surpreso. Ele esperava que Yuuki levasse pelo menos três ou quatro games para decifrar o "Movimento como o Trovão".
Agora, só restava uma pergunta em sua mente: quanto mais da verdadeira força de Yuuki ainda estava escondida?
As duas técnicas já reveladas — "Flecha da Aniquilação Divina" e "Pés Velozes" — estavam em um nível completamente diferente do ano passado.
Antes, a flecha não era tão rápida, e os pés não eram tão absurdamente ágeis.
Além disso, aqueles padrões azuis brilhantes no braço de Yuuki, como circuitos elétricos, pareciam amplificar suas habilidades físicas.
Diante daquele Yuuki, Yukimura não tinha mais certeza se conseguiria vencê-lo.
...
Fora da quadra, Marui Bunta sentia a respiração ficar pesada.
— Isso... é desesperador.
Mesmo não sendo ele quem estava jogando, só de assistir, seus cabelos ficavam arrepiados.
No ponto anterior, ele ainda estava animado porque Sanada havia marcado.
Mas, no ponto seguinte, aquele golpe devastador — que ele nem saberia como enfrentar — foi anulado por Yuuki em um instante.
Se fosse ele no lugar, já teria desistido.
— Bunta, agradeça... agradeça por ele estar do nosso lado — murmurou Yanagi Renji, sério.
— É... ainda bem que o Yuuki é nosso aliado.
Marui bateu no peito, aliviado. Ele nem queria imaginar como seria enfrentar Yuuki como adversário.
...
Na quadra, Sanada abandonou os outros golpes e concentrou toda sua energia no "Movimento como o Trovão". Relâmpagos cortavam o ar.
Mas, por mais impressionante que fosse, nada conseguia romper a defesa de Yuuki.
Nenhum ângulo era suficientemente difícil para escapar de seus "Pés Velozes".
— Game, Yuuki Makoto! 5 a 0!
O quinto game terminou, e Sanada, mesmo correndo até o limite, não conseguiu reverter.
A realidade cruel era clara: se perdesse o próximo game, ele seria derrotado por 6 a 0.
Até mesmo a determinação inabalável de Sanada vacilou por um momento.
Respirando fundo, ele forçou a calma.
Enquanto o jogo não acabasse, ainda havia esperança — mesmo que mínima.
Sexto game. Saque de Yuuki.
Como antes, ele lançou a "Flecha da Aniquilação Divina", ultrapassando 220 km/h.
Se Sanada não conseguisse quebrar o saque, o jogo estaria praticamente encerrado.
— Ainda não acabou!!
No momento em que a bola passou por Sanada como um raio, ele reagiu. Com um salto relampejante, devolveu o saque com tudo.
— Isso! Sanada finalmente quebrou o saque! — comemorou Marui.
Mas Yanagi balançou a cabeça.
— E daí? Mesmo devolvendo, o "Trovão" dele ainda não marca pontos.
— Verdade... — Marui perdeu o ânimo.
Era como Yanagi disse. Mesmo que Sanada tivesse evitado o ace, isso não mudava o fato de que ele estava sendo dominado.
Contra os tiros certeiros e velozes de Yuuki, Sanada só conseguia correr de um lado para o outro, reagindo.
Mas defender passivamente não evitava a derrota.
— 15 a 0!
Em menos de um minuto, Yuuki explorou uma brecha e acertou um canto impossível de alcançar, mesmo com o "Trovão".
Agora, faltavam apenas três pontos para o fim.
Capítulo 23: Derrota Esmagadora
O jogo continuava.
Na quadra, uma figura veloz como um relâmpago se movia sem parar.
O rally já durava mais de três minutos, sem definição.
— Sanada...
No centro da quadra, Sanada Genichiro corria incansavelmente, enquanto Yukimura Seiichi franzia a testa, seu rosto marcado por preocupação.
Era evidente para qualquer um que os dois jogadores não estavam no mesmo nível. A única razão pela qual Sanada conseguia manter o jogo equilibrado contra Yuki Shin'ya era por conta do seu movimento especial, "Raio Veloz".
Sempre que a bola ia para um ponto que ele não conseguia alcançar normalmente, Sanada usava o Raio Veloz sem hesitar, forçando o resgate inacreditável. Mas, com sua visão aguçada, Yukimura já havia percebido: as pernas de Sanada, especialmente os joelhos, estavam vermelhos, inchados, com hematomas se acumulando.
Era o preço do Raio Veloz.
Do outro lado, Yuki Shin'ya também sabia disso. Depois de devolver mais uma bola, ele suspirou e falou:
— Sanada, você quer acabar com os seus joelhos?
Mas Sanada não respondeu. Com determinação no rosto, ele cerrou os dentes e usou o Raio Veloz mais uma vez para rebater.
Ele não queria desistir. Essa era a sua essência no tênis.
Porém, Yuki Shin'ya já estava cansado daquilo. Ele não tinha a intenção de acabar com a carreira de Sanada.
Com um olhar firme, ele apertou a raquete e aumentou a força. Aperfeiçoou sua técnica ao máximo e, na próxima rebatida, revestiu a bola com uma Flecha Sagrada Aniquiladora.
— Zuum!
O som da bola cortando o ar ecoou. Um vulto rápido explodiu perto do pé de Sanada, que sequer reagiu.
Nem mesmo o Raio Veloz foi rápido o suficiente desta vez. Ele só conseguiu assistir, impotente, à bola quicar fora da quadra pela segunda vez.
— 30 a 0.
Sanada olhou para o outro lado da quadra, chocado. Aquele saque havia sido mais rápido do que qualquer um que ele enfrentara até então.
Ou seja, mesmo dando tudo de si, ele ainda não havia forçado Yuki Shin'ya a usar todo o seu potencial.
Depois de marcar o ponto, Yuki baixou a raquete e deu um momento para Sanada respirar.
— Sanada, faltam só duas bolas. Hora de você ver o meu verdadeiro tênis.
A frase, simples, caiu como uma bomba.
Yuki estava dizendo que, até aquele momento, ele ainda estava segurando algo.
O que mais ele poderia ter guardado? Todos na plateia estavam ansiosos.
— Vamos! Mostre-me do que você é capaz! — Sanada gritou, os olhos fixos no adversário, concentrando cada gota de energia que lhe restava.
Yuki pegou a bola e, como de costume, a lançou ao ar com suavidade.
— Sanada, preste bem atenção...
Antes que ele terminasse a frase, a bola no ar se transformou em cinco flechas prateadas, que caíram simultaneamente ao redor de Sanada.
— O quê...?! — Sanada virou para trás, atordoado, olhando para a bola que já havia quicado fora.
Ele nunca imaginara que a Flecha Sagrada Aniquiladora pudesse se manifestar daquela forma.
— Surpreso? — Yuki falou calmamente. — Mas isso ainda não é tudo. O Sanada de agora ainda não consegue me forçar a usar todo o meu poder.
Antes, sempre que usava a Flecha Sagrada — fosse no saque, na devolução ou no smash —, Yuki produzia apenas uma flecha. Isso levou Sanada e os outros a pensarem que a técnica não poderia variar em quantidade, apenas em tamanho.
Mas aquele saque destruiu qualquer noção prévia.
O que parou Sanada não foi falta de reflexo — ele poderia ter alcançado a bola com o Raio Veloz, mesmo que com dificuldade.
O verdadeiro problema? Ele não conseguia distinguir, entre as cinco flechas, qual delas marcaria o verdadeiro ponto de queda da bola.
Fora da quadra, Yanagihara Jirou, incapaz de conter o choque, perguntou:
— Ei... Yukimura, você conseguiu ver o que acabou de acontecer?
— Não. Nem eu. — respondeu Yukimura, igualmente perplexo.
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