Tradução pronta Peerless Comprehension: A Dimensional Journey Starting From Douluo / Compreensão Sobrenatural: Uma Jornada Dimensional a Partir de Douluo: Capítulo 12

— Além disso, hoje preciso preparar algumas coisas e também avisar o irmão Xue que vou viajar.

Wu Tong se soltou da mão de Dugu Bo e falou calmamente:

— Também tem razão. Vou logo pedir licença para a Yan’er.

Dugu Bo, ouvindo Wu Tong, achou que ele tinha um ponto e o soltou.

— Velho, vim também para pedir um favor a você.

Wu Tong foi direto ao assunto.

— Quando você abre a boca pra pedir algo, é mesmo raro! Até você vem me pedir ajuda? Fala aí, o que é? Se eu puder ajudar, com certeza vou.

Dugu Bo sabia que Wu Tong não era do tipo que aparece sem motivo. Vendo que ele finalmente chegou ao ponto principal e pedia ajuda, fez a promessa na hora.

— Pode ficar tranquilo, não é nada demais. Acabei de avançar de nível e preciso de um anel espiritual. Preciso que você me ajude a capturar uma fera espiritual.

Wu Tong não foi modesto e expôs logo seu objetivo.

— Você tem mesmo cara de pau! Sem problemas, se é fera espiritual que você quer, pode deixar comigo. Um Titã como eu não vai ter dificuldade pra pegar o que você precisa.

Dugu Bo ergueu a manga cinza do robe, e sua energia espiritual se espalhou como um vendaval. Uma pressão avassaladora tomou conta do salão, como se uma tempestade estivesse prestes a chegar.

— Isso... é a aura de um Titã? É realmente assustador...

Wu Tong sentiu aquela energia aterrorizante e não pôde evitar um suspiro de admiração.

— Tá bom, velho, falei o que precisava. Agora vou me preparar. Não esquece de pedir licença pra irmã Yanzi. Amanhã a gente vai para os Olhos Gêmeos de Gelo e Fogo.

Sem ligar para Dugu Bo, que ainda parecia estar perplexo e desnorteado, Wu Tong saiu direto da casa dos Dugu.

[...]

No dia seguinte, antes mesmo do amanhecer, Wu Tong foi arrancado da cama por Dugu Bo.

Dentro da carruagem, ele balançava de um lado para o outro, quase caindo a qualquer momento.

— Velho, como pode ser tão cedo? Nem amanheceu ainda.

Na noite anterior, Wu Tong havia passado horas preparando os equipamentos para coletar ervas medicinais, e mal tinha dormido quando foi acordado. Naturalmente, estava cheio de ressentimento.

Com os olhos semiabertos, ele reclamou com Dugu Bo. Se não fosse pelo fato de não poder enfrentá-lo, Wu Tong já teria partido para a briga. Afinal, quem aguentaria ser acordado tão cedo depois de quase não dormir?

— Ahaha, não é tão cedo assim. Quando chegarmos nos Olhos Gêmeos de Gelo e Fogo, já vai ser meio-dia.

Dugu Bo ignorou as reclamações. Ele estava mesmo ansioso para chegar logo e se livrar do veneno acumulado.

— Tá bom, vou dormir mais um pouco então. Me chama quando chegarmos.

Assim que terminou de falar, Wu Tong não conseguiu mais segurar o sono e caiu de cara no chão da carruagem. Se não fosse pelo tapete de lã, ele certamente ganharia um galo enorme.

— Vovô, esse é o Mestre Wu Tong, aquele que você tanto tentou convidar? Parece tão jovem... Ele realmente pode resolver o problema do veneno da nossa família?

Ao lado de Dugu Bo, uma garota franziu a testa ao ver aquela cena.

Ela tinha cabelo curto roxo-escuro, olhos verdes e um rosto bonito. Seu traje verde justo destacava sua figura bem desenhada. Era Dugu Yan, a única neta de Dugu Bo.

— Minha querida neta, claro que o pequeno monstro é jovem. Ele só tem doze anos! Aquele incidente anos atrás abalou o continente inteiro. Quem imaginaria que uma criança seria capaz de algo assim?

Dugu Bo riu ao ver a descrença da neta. Lembrando-se da grande batalha seis anos antes, ele ainda sentia um calafrio. Quem poderia prever que grandes facções brigariam tanto por uma criança?

Além disso, a Igreja Espiritual tinha tantos Titãs... Dugu Bo sentiu um arrependimento tardio ao lembrar de todas as vezes que os havia provocado. Era um milagre ainda estar vivo.

— Ah, então ele é só um garotinho! Vovô, mas aquelas obras lendárias foram mesmo escritas por ele?

Dugu Yan ficou surpresa ao saber que Wu Tong tinha apenas doze anos, mas logo emendou outra pergunta.

— Claro que foram! Achas que teu avô é tão fácil de enganar? Quando o conheci, tivemos uma longa conversa em particular. Na época, o pequeno monstro estava com as pernas tremendo, mas mesmo assim conseguiu manter a compostura. É uma lembrança engraçada, pensar agora.

Ele respondia às minhas perguntas técnicas com facilidade, e os livros são mesmo obra dele.

Dugu Bo respondeu enquanto se lembrava da primeira vez que se encontraram, o que fez o velho malandro soltar uma risada.

Mas então se lembrou das palavras de Wu Tong na época:

— Senhor Dugu Bo... você não quer que algo aconteça à Dugu Yan, não é?

E sentiu um ódio latejante. Mas, mesmo assim, admirava que uma criança de sete anos, diante de um Titã, não só conseguisse manter a calma como também soubesse usar a situação a seu favor, chegando a ameaçá-lo.

Nem todo mundo tem coragem de mostrar os dentes a alguém mais forte.

Capítulo 24 – Os Olhos Gêmeos de Gelo e Fogo

O tempo passou enquanto avô e neta conversavam, e logo era meio-dia.

A carruagem avançava sem parar, levando-os para o coração da Floresta do Sol Poente. Dugu Bo espalhava sua aura para afastar as feras espirituais, protegendo o grupo.

Pouco tempo depois, a carruagem parou diante de uma névoa venenosa que parecia uma barreira natural.

— Pequeno monstro, acorda. Chegamos.

Dugu Bo sacudiu Wu Tong e depois desceram todos.

Diante daquela névoa tóxica, Wu Tong fingiu confusão:

— Cadê? Onde estão os tais Olhos Gêmeos de Gelo e Fogo?

— Estão ali, no meio da névoa. Toma um antidoto e me siga. E não saia do meu lado, ou nem eu poderei salvar vocês.

Capítulo 25: A Flor da Iluminação, a Rainha das Ervas Medicinais

Dugu Bo pegou três pílulas, engoliu uma e entregou as outras duas para Wu Tong e Dugu Yan. Depois que ambos as tomaram, ele advertiu com seriedade:

– Não brinquem com o que veremos a seguir.

Wu Tong e Dugu Yan, sentindo a gravidade nas palavras do velho, concordaram com um aceno sério.

Em seguida, Dugu Bo os guiou através de uma névoa venenosa até um penhasco. Lá embaixo, envolta em vapores que brilhavam em tons de vermelho e azul, estava uma paisagem extraordinária.

– Olhem, pequeno monstro – disse Dugu Bo, apontando. – Aquilo é o Olho Duplo de Gelo e Fogo que você mencionou.

Wu Tong canalizou sua energia espiritual, ativando sua Visão Interior. Através da névoa, ele enxergou claramente um lago de formato peculiar.

Era um lago circular, semelhante ao símbolo do Yin-Yang, dividido em duas metades distintas: uma de água gelada, azulada, exalando um frio penetrante, e outra de água fervente, vermelha, borbulhando com calor intenso. Os dois lados se entrelaçavam como os peixes do Tai Chi, separados e ao mesmo tempo unidos.

O vapor que subia das águas opostas se misturava no ar, criando uma névoa que cobria todo o topo da montanha.

– O Olho Duplo de Gelo e Fogo... – murmurou Wu Tong, maravilhado. – Isso é verdadeiramente uma obra-prima da natureza!

Mesmo já sabendo da existência desse lugar, vê-lo pessoalmente o deixou impressionado.

– E então, pequeno monstro? – Dugu Bo sorriu, orgulhoso. – Minha terra é bela, não é? Ao redor do Olho Duplo, há inúmeras ervas medicinais raras, algumas com aparência extraordinária. Mas não sei se encontraremos algo que possa nos curar.

– Não se preocupe, velho mestre – respondeu Wu Tong, confiante. – Este lugar é um verdadeiro paraíso para as plantas medicinais. O Olho Duplo não só suprime toxinas, mas também acelera o crescimento das ervas.

Ele explicou:

– Segundo os registros antigos, o Olho Duplo de Gelo e Fogo é um dos três maiores tesouros naturais do mundo. Plantas comuns não sobrevivem aqui, mas as raras crescem dezenas de vezes mais rápido. Um simples líng zhī (cogumelo da imortalidade) que cresce aqui por dez anos tem o mesmo valor de um com cem anos. É um verdadeiro paraíso para as ervas medicinais.

– Ah, então é por isso que tantas plantas preciosas crescem juntas aqui – Dugu Bo assentiu, compreendendo.

– Mas há algo importante – Wu Tong alertou, olhando especialmente para Dugu Yan. – Este lugar é perigoso para humanos. A névoa carrega energias extremas de gelo e fogo que corroem o corpo. Se ficarmos muito tempo, podemos explodir por dentro. Mesmo com minha força, não arrisco ficar além do necessário.

Dugu Bo concordou e reforçou o aviso, quase implorando para que sua neta memorizasse cada palavra.

Wu Tong revirou os olhos.

– Relaxa, velho mestre. Se conheço o Olho Duplo, sei dos perigos. Cuide da Yan, eu vou dar uma olhada.

Sem esperar resposta, ele partiu em direção ao lago misterioso.

Dugu Bo suspirou, vendo o garoto se afastar, mas logo voltou sua atenção para Dugu Yan, repetindo os cuidados necessários.

Enquanto isso, Wu Tong já havia alcançado o Olho Duplo. Ao adentrar a névoa, ele ativou o Cânone da Roda de Fogo, liberando um calor intenso que dissipou os vapores ao seu redor, protegendo-o das energias extremas.

– Hmm? – ele murmurou, surpreso. – Este ambiente... parece acelerar meu treinamento.

Sua energia Yang, normalmente intensa e inflexível, agora fluía com mais suavidade, quase 30% mais rápido.

Refletindo, ele entendeu: o equilíbrio entre gelo e fogo do Olho Duplo refletia os princípios do Yin-Yang. Seu estilo de luta, puramente Yang, ganhava agora um toque de flexibilidade, tornando-o mais forte e eficiente.

– Que sorte! – ele riu. – Além de acelerar meu cultivo, ainda tem todas essas ervas incríveis!

Desviando o foco de sua energia, ele observou as plantas ao redor do lago: líng zhī, ginseng de nove folhas, flores de neve das montanhas... Ervas que normalmente exigiriam décadas ou até séculos para crescer estavam ali, florescendo como se o tempo não existisse.

Wu Tong não pôde evitar uma última exclamação:

– Este lugar... é realmente milagroso.

[Fim do Capítulo 25]

Depois de se emocionar, Wu Tong não conseguiu conter a ansiedade e se aproximou para inspecionar. Baseado no conhecimento sobre ervas imortais que Qian Renxue havia encontrado para ele no "Compêndio Completo de Ervas Imortais", começou a buscar o tesouro mais precioso naquele lugar abençoado.

Não demorou muito para que seus olhos fossem atraídos por uma flor. Era uma grande flor rosa-claro, sem folhas, com um caule de quase um metro de altura e pétalas tão grandes que chegavam a trinta centímetros de diâmetro, todas translúcidas como cristal. A flor balançava suavemente ao sabor da névoa, crescendo na margem onde as águas vermelhas e brancas do lago se encontravam. Seu centro era lilás, brilhando como diamantes roxos incrustados ali.

O aroma, embora perceptível a distância, não era intenso. Quando Wu Tong aspirou levemente, uma fragrância delicada invadiu suas narinas, e imediatamente sentiu a pressão intensa do "Olho de Duas Medidas Gêmeas" diminuir um pouco.

Ao ver aquela flor, Wu Tong a reconheceu instantaneamente:

— A "Raridade Imortal da Fragrância Serena"!

Exatamente como esperado, era uma das ervas imortais mais lendárias, capaz de neutralizar e resistir a todos os tipos de venenos, embora não os curasse diretamente.

No entanto, em vez de colhê-la imediatamente, Wu Tong memorizou sua localização e continuou sua busca pelo seu verdadeiro objetivo e por outras ervas imortais.

Em pouco tempo, ele encontrou diversas outras raridades mencionadas nas lendas: o Crisântemo Dourado Transcendente, o Perfume Dourado Quirante, o Orvalho da Longa Espera, o Osso de Jade da Narcisa, o Girassol da Fênix, o Beijo do Cisne da Neve, a Orquídea Imortal de Oito Pétalas, o Cogumelo Roxo de Nove Pontos e, perto do centro do Olho de Duas Medidas Gêmeas, a Grama Octogonal do Gelo e a Magnólia Ardente.

Além dessas, havia outras que jamais haviam sido mencionadas em registros antigos: o Broto de Bambu Negro Divino, as Estrelas que Tecen as Nuvens, a Flor da Outra Margem, o Fruto do Samsara, a Ameixeira Negra da Pena Presa, a Pedra Indestrutível de Ouro, o Líquido Tríplice do Rio Amarelo, a Grama dos Oito Extremos...

E até mesmo tesouros ocultos no subterrâneo, como o Melão Dourado do Dragão da Terra, o Casulo do Dragão Subterrâneo e o Leite da Pedra do Coração da Terra, foram descobertos por Wu Tong através de sua percepção aguçada.

Mas o que mais o deixou feliz foi encontrar duas das mais raras "Ervas Imortais Supremas": a famosa "Flor da Mágoa que Corta o Coração" e seu verdadeiro objetivo para vir ao Olho de Duas Medidas Gêmeas — a Flor da Sabedoria da Iluminação, uma planta imortal que nunca havia sido mencionada nas histórias de Dou Luo.

Wu Tong não tinha certeza se o conhecimento sobre ervas imortais de Tang San era incompleto ou se o seu próprio "Compêndio Completo" era simplesmente mais abrangente, mas muitas das plantas que ele identificou eram desconhecidas até mesmo nos registros antigos.

Por um momento, ele ficou intrigado, mas logo se resignou. Afinal, aquele era um mundo real, e sua mera presença já agia como uma pequena borboleta capaz de abalar o curso dos eventos. Qualquer mudança era possível.

O "Compêndio Completo de Ervas Imortais" descrevia cada planta em detalhes: ambiente de crescimento, características físicas, propriedades medicinais e, mais importante, o método correto de colheita. Erros no processo não apenas anulariam os efeitos, mas poderiam até transformá-las em veneno mortal.

E a Flor da Sabedoria da Iluminação tinha os requisitos mais rigorosos de todos. Diziam que apenas aqueles predestinados podiam vê-la, e ela só desabrochava numa noite de lua cheia, em locais onde grandes sábios haviam atingido a iluminação. Além disso, apenas uma flor nascia de cada vez — se não fosse colhida, outra jamais surgiria.

Aquele que desejasse colhê-la precisaria ser um sábio de coração puro, com uma compreensão única da sabedoria, capaz de superar os testes impostos pela flor. Caso contrário, mesmo que a encontrasse, suas mãos não conseguiriam tocá-la.

E por trás dessa erva imortal, havia uma antiga lenda:

[Reza a lenda que, há dez mil anos, em um império próspero, um príncipe vivia uma vida de luxo e felicidade. No entanto, ao testemunhar o sofrimento do mundo, seu coração se encheu de compaixão. Renunciando ao poder e ao conforto, ele partiu em uma jornada em busca da verdade da vida.

Por seis anos, ele peregrinou, aprendendo com mestres e submetendo-se a duras provações na natureza. Mas nenhuma penitência física conseguiu trazer-lhe a libertação que buscava.

Até que um dia, ele percebeu que a verdadeira iluminação não vinha do castigo ao corpo, mas do despertar da mente. Então, abandonou tudo e se sentou sob uma velha árvore bodhi, mergulhado em profunda reflexão. Seus galhos frondosos pareciam abrigar toda a tristeza do mundo.

O tempo parou. Sob aquela árvore, enquanto estrelas e luas giravam no céu, o príncipe permaneceu imóvel.

Ele enfrentou seus próprios medos, desejos e dúvidas, atravessando tempestades da alma. Cada desafio o levou mais fundo em seu interior, revelando gradualmente os segredos da vida.

Finalmente, quando os primeiros raios de luz da manhã atravessaram as nuvens e iluminaram a árvore bodhi, uma serenidade e alegria sem precedentes encheram seu coração. Ele havia compreendido a verdade suprema: a origem vazia de todas as coisas, o ciclo do carma e o caminho para a libertação.]

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