— É arma, corre! —
O bar inteiro entrou em pânico.
Quando os três homens — o grandalhão, o magricela e o baixinho — fugiram antes, a situação foi tão repentina que os clientes nem entenderam o que estava acontecendo. Mas agora, vendo o grandalhão e o magricela sacando armas, todo mundo percebeu a gravidade da situação.
Havia criminosos no bar. Criminosos armados. E prontos para atirar.
Era uma arma de verdade!
Se alguém levasse um tiro, era fim de linha.
Os clientes não eram burros. Gritos ecoaram pelo local enquanto todos corriam em direção à saída, desesperados.
Do outro lado, os policiais que cercavam os dois criminosos estavam em apuros.
O plano original era simples: cercar os três bandidos em silêncio e agarrá-los antes que percebessem. Assim, não haveria risco.
Mas o acidente aconteceu. A arma caiu no chão quando o garçom esbarrou neles, alertando os criminosos antes da hora.
Agora, a situação estava crítica.
Os policiais também estavam armados, mas o problema não era esse. O bar estava cheio de gente. Se começassem a atirar, mesmo que acertassem os bandidos, podiam acabar atingindo inocentes.
Mas, por outro lado, não podiam simplesmente deixar os criminosos fugirem.
Já estavam cercados. Se escapassem agora, a culpa cairia sobre os policiais.
O impasse se formou.
Os bandidos queriam fugir, mas estavam encurralados. Os policiais não podiam deixá-los ir, mas também não podiam agir com força, com medo das armas.
Foi então que...
— Vamos embora, é perigoso! — sussurou Yue Huizhen para Lin Zhengyi, ao seu lado.
Ela achava a situação muito arriscada. E se fossem atingidos por um tiro perdido?
Mas Lin Zhengyi não concordou. Em vez disso, perguntou:
— Você sabe o que acontece nessa hora nos filmes?
— O quê? — ela respondeu, curiosa.
— O herói faz sua entrada triunfal! —
Ele sorriu, pegou o copo à sua frente, bebeu o resto da bebida de um gole e se levantou. Ajeitou o paletó e caminhou em direção ao grandalhão e ao magricela.
— Ei, não vá! — Yue Huizhen gritou, instintivamente.
Eram criminosos!
Mas, no segundo seguinte, ela entendeu.
Pelo pouco que conhecia Lin Zhengyi, ele não era burro. Se fosse um civil comum, jamais se aproximaria de criminosos armados.
Só havia uma explicação...
Ele também era policial.
### **Capítulo 3: Aposto que a arma não tem bala**
Em instantes, Lin Zhengyi chegou até os policiais que cercavam os bandidos.
— Chefe Lin!
— Chefe Lin!
— Chefe Lin!
Os policiais cumprimentaram, reconhecendo-o.
Um deles, confuso, perguntou:
— Chefe Lin, o que você está fazendo aqui?
— Saí do trabalho e vim tomar um drink. Acabei me metendo nisso — respondeu ele, casual. Depois, continuou: — Mas não é hora de conversa. Vamos resolver isso logo.
Sem esperar resposta, ele afastou os colegas e entrou no círculo de policiais, encarando os dois criminosos.
— Chefe Lin, cuidado! Eles estão armados! — um dos policiais alertou, mas já era tarde.
Lin Zhengyi já estava diante do grandalhão e do magricela.
— É você!!! — os dois reconheceram-no imediatamente.
Era o homem que havia esbarrado neles antes.
— Sou eu mesmo — confirmou Lin Zhengyi, sorrindo. — Agora, dou uma chance: larguem as armas. Se não... as consequências serão ruins.
— Ah, é? — o grandalhão riu, sarcástico. — Acha que vou cair nessa? Se eu me render, tô ferrado. Enquanto não me pegarem, ainda tenho chance!
— Então vai ser pela força? — Lin Zhengyi ergueu as sobrancelhas. — Não diga que não avisei.
Não era surpresa. Criminosos não se rendem com palavras.
E, dizendo isso, ele avançou em direção aos dois.
— Se chegar mais perto, eu atiro! — o grandalhão rosnou, nervoso.
Na verdade, ele não queria atirar.
Como criminoso, conhecia as leis melhor que a maioria. Sabia que um tiro só pioraria sua situação.
Mas também não ia se entregar assim, de mãos beijadas.
Com os crimes que cometeram, mesmo sem pena de morte, ficariam presos por vinte anos, no mínimo.
Quando saíssem, já estariam velhos demais para aproveitar a vida.
— É... é isso! Atiramos de verdade! — o magricela suava frio, concordando.
Lin Zhengyi não se abalou.
— Atirem, então — respondeu, continuando a avançar. — Aposto que suas armas não têm bala.
O grandalhão ficou pálido.
— Aposta que não tem bala? Você é doido? Vou te mostrar! Morra! —
Ele puxou o gatilho.
*Click. Click. Click.*
Nada aconteceu.
O grandalhão congelou.
O magricela também ficou paralisado.
Mas, em segundos, o grandalhão recuperou-se e gritou:
— Porra, minha arma engasgou! Usa a sua, atira! —
Ele nem passou acreditou quando Lin Zhengyi disse que as pistolas não tinham balas. Achou que era defeito na arma dele!
Então!
Chamou o Magrelo para testar.
Se a arma dele estava com problema, será que a do Magrelo também estaria?
— Vai lá! — ordenou.
O Magrelo, sem perder tempo, puxou o gatilho.
Mas...
— Cra-cra-cra!
O mesmo som seco ecoou. Nada de balas saindo.
Agora os dois estavam pasmos.
Uma arma com defeito até vai, mas as duas ao mesmo tempo?
Trocando olhares confusos, começaram a verificar as armas para descobrir o problema.
E foi aí que o susto veio.
Ao abrirem os carregadores, a resposta estava bem na frente deles:
Estavam vazios.
Nada de balas lá dentro.
O Fortão arregalou os olhos, virando-se para o Magrelo em pânico.
— Cadê as balas?! — berrou.
O Magrelo era o responsável por carregar as armas.
O Magrelo só olhou para o próprio carregador vazio, e depois para o Fortão, a voz saindo mais alta de nervoso.
— É mesmo! Cadê?! Eu juro que tinha colocado!
Os dois ficaram se encarando, cada um mais perdido que o outro.
Onde raios foram parar as balas?
Foi aí que Lin Zhengyi soltou, com um sorriso de quem sabia mais do que parecia:
— Eu avisei. As armas de vocês não têm bala nenhuma.
O Fortão teve um estalo. Virou de súbito para Lin Zhengyi, os olhos ardendo de suspeita.
— Foi você?! — gritou, desconfiado.
Antes, até ignorou aquela fala de "apostar que a arma não tinha bala". Pensou que Lin Zhengyi só estava doido. Mas agora...
Lin Zhengyi não respondeu.
Apenas abriu a mão lentamente, exibindo uma pequena pilha de cartuchos reluzentes para toda a sala ver.
[Dez balas douradas rolaram em sua palma, revelando o truque.]
O silêncio caiu no bar.
Agora sabiam.
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